Cada
fã tem seu jeito de provar seu amor por séries, filmes ou livros.
Uns vestem camisas com estampas baseadas nas suas histórias
favoritas, outros colecionam brinquedos e objetos relacionados a
elas. Mas sempre tem um jeito de ir além. Tipo aprender um idioma
fictício. Línguas inventadas são ingredientes frequentes na
construção de mitologias presentes em algumas das mais importantes
obras de ficção do mundo nerd. Em alguns casos, aliás, são o
ponto de partida para o desenvolvimento de histórias épicas. A
SUPER reuniu 9 exemplos de idiomas fictícios que você pode aprender
no mundo real – e tirar onda com todos os seus amigos. Tem língua
para todos os gostos.
1. Klingon – “Jornada nas Estrelas”
Esta
é, provavelmente, a língua fictícia mais conhecida (graças a “The
Big Bang Theory”). A primeira vez que alguém pronunciou palavras
no idioma foi em “Jornada nas Estrelas: O Filme”, de 1979. E foi
tudo no improviso: James Doohan, o ator que interpretava Scotty,
inventou umas palavras e, depois, Marc Okrand se baseou na sua fala
para desenvolver toda a língua. Desde então, a linguagem já
apareceu em várias outras séries e filmes. A gramática, o alfabeto
e a fonética do klingon não se assemelham a línguas reais. Mas
muita gente dedica a vida a estudar o idioma – academicamente,
inclusive. Existe até um instituto
voltado para a divulgação e tradução do klingon.
2. Quenya e Sindarin – “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”
Conhecido
também como élfico maduro, o quenya é o idioma élfico mais antigo
na Terra Média, algo como o galego-português em relação ao
português que nós falamos hoje em dia. J. R. R. Tolkien desenvolveu
toda a língua inspirado pela fonética do finlandês, mas isso não
significa que quem é fluente nesse idioma consegue entender o
quenya. Como precisava de um alfabeto, Tolkien inventou as tengwar e,
para representar os sons de vogais, as tehtar. Um outro idioma que
foi bastante desenvolvido para a saga do Anel é o sindarin. Também
uma língua élfica, o sindarin é baseado no galês e chegou a ser a
língua mais falada na Terra Média. Você se interessou: existem
vários dicionários de élfico pela interne. Já foi publicado até
um curso de quenya para quem fala português.
3. Na’vi – “Avatar”
Além
de uma biodiversidade fenomenal, um planeta e um povo, James Cameron
decidiu criar também uma cultura e um idioma para os alienígenas
humanóides de Avatar. Para isso, ele passou a Paul Frommer,
professor da University of Southern California, a tarefa de criar um
idioma que fosse fácil de falar, mas que não lembrasse línguas
reais.
4. Dothraki – “Game of Thrones”/ “Crônicas de Gelo e Fogo”
Se
você curte a série “Game of Thrones” e os livros de George R.
R. Martin, com certeza já se pegou tentando falar alguma coisa em
dothraki, a língua-mãe de Khal Drogo que Daenerys Targaryen teve
que aprender. O idioma, como você pode imaginar, surgiu na cabeça
de George, mas nos livros há poucas palavras e frases. Quando a HBO
decidiu produzir a série de TV, chamou David J. Peterson, um
inventor de línguas, para desenvolver o idioma e torná-lo crível
na telinha. Embora o idioma seja um dos mais novos da lista, já tem
gente aprendendo a se comunicar com o Grande Garanhão.
5. Novilíngua – “1984″
A
novilíngua não é exatamente um novo idioma, mas a mudança de um
idioma pré-existente. No livro “1984″, de George Orwell, o
governo autoritário do Grande Irmão recriou e deletou palavras do
inglês para que pudesse controlar o pensamento das pessoas. Quer
dizer, se você não sabe como se referir a um sentimento ou ideia,
não tem como você pensar neles. Teoricamente, uma língua nunca
encolheria, já que a tendência natural é cada vez mais vocábulos
se juntarem a seu léxico. Mas como essa mudança foi imposta pelo
Grande Irmão, faz sentido.
6. Simlish – “The Sims”
No
universo virtual dos Sims, o simlish é a língua oficial. Para quem
ouve, parece que eles não estão falando nada com nada. Mas, por
incrível que pareça, existem algumas regras para que o idioma seja
no mínimo coerente. Na hora de criar a fonética do idioma, Will
Wright – o pai dos Sims – e Marc Gimbel, um especialista em
idiomas, até experimentaram com línguas reais, mas optaram por
criar falas que não fazem sentido. Mas é claro que os fãs tentaram
decifrar os barulhos dos personagens.
7.
Aklo – Mitos de Cthulhu
O
idioma apareceu pela primeira vez no conto “Povo Branco”, de
Arthur Machen. As obras do escritor eram carregadas de pitadas de
sobrenatural, terror e coisas fantásticas, tanto que acabou
influenciando H. P. Lovecraft, hoje lembrado como um dos maiores
autores do gênero. Além
de fã confesso de Machen, Lovecraft pegou emprestada a língua que o
colega havia inventado e usou em seus contos sobre o mito de Cthulhu,
uma divindade alienígena maligna. Alan Moore também utilizou essa
linguagem na sua graphic novel sobre o deus. O
curioso sobre o aklo é que ele não é apenas um idioma, mas um
código que contém magia oculta, por assim dizer. Moore, por
exemplo, usa a língua como uma forma de induzir a hipnose. A língua,
enfim, é cheia de mistérios.
8. Ofidioglossia – Harry Potter
Não
poderíamos esquecer a língua oficial dos descendentes de Salazar
Sonserina, o fundador da casa mais polêmica da Escola de Magia e
Bruxaria de Hogwarts. A língua que Voldemort
Aquele-que-não-deve-ser-nomeado usa para se comunicar com sua
serpente de estimação, Nagini, é quase impossível de pronunciar.
Prova disso é que só quem já nasce com o talento consegue falar o
“idioma”. A única exceção é o próprio Harry Potter, que,
como você provavelmente sabe, adquiriu o dom quando um pedaço da
alma de Tom Riddle entrou nele.
9. Nadsat – Laranja Mecânica
Em
“Laranja Mecânica”, Anthony Burgess criou um modo de falar bem
peculiar para seus personagens. As expressões usadas por Alex
DeLarge e seu grupo são uma mistura de cockney – o dialeto da
classe operária britânica – e russo. Não é um novo idioma, mas
uma série de expressões idiomáticas associadas ao inglês. A
grande inspiração de Burgess para criar o nadsat foram as falas dos
mods e dos rockers da década de 1960.
Por Anita Porfirio In Superinteressante
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